Clube do Livro - Setembro 2# - O Papel de Parede Amarelo
Título: O Papel de Parede Amarelo
Autora: Charlotte Perkins Gilman
Editora José Olympio
Ano: 2016
Número de Páginas: 110
Classificação: 4/5
O Papel de Parede Amarelo é um clássico da literatura feminista, como traz em sua capa. Foi reeditado recentemente pela editora José Olympio, mas foi publicado a primeira vez, no ano de 1892, depois de ser recusado por algumas grandes editoras.
Ele foi considerado, à principio, um conto de terror com temática próxima de Allan Poe, mas eu diria que ele está mais para um drama psicológico.
A história apresenta uma mulher que sofre de uma depressão nervosa e que por causa disso é levada, por seu marido, médico psiquiatra, a uma casa de campo para tratar-se. O tratamento consiste em um repouso quase que total, que mais a aflige, do que ajuda...
O livro é um retrato da gritante desimportância dada às mulheres na sociedade da época, final do Século XIX, aonde mulheres e crianças ainda eram tratadas como bens por seus maridos, únicos provedores de seu sustento.
É importante perceber que existem traços autobiográficos dentro do enredo, pois a escritora também havia tido um problema de depressão e recebido um tratamento equivocado. Apesar de todas as conquistas de Gilman, já no início do século XX, ao descobrir-se portadora de câncer de mama, ela decidiu tomar clorofórmio e morrer para não ser um fardo para ninguém.
O livro tem uma escrita perturbadora, que vai nos fazendo entrar na loucura daquela mulher que vê num papel de parede amarelo uma forma de perturbação que deveria ser eliminada para que alcançasse paz interior. Ela não consegue exprimir o que sente, mesmo porque o marido, apesar de ter certo cuidado, não lhe dá muita atenção, então, ela decide calar-se e vai entrando cada vez mais nesse estado de nervos alterado. O final é surpreendente...
Fico imaginando, quantos de nós vive suas desventuras por não conseguir se fazer ouvir, principalmente por pessoas que estão tão próximas, mas que não enxergam nossas dificuldades.
Algumas pessoas conseguem superar momentos difíceis, mas tanta gente para num problema e não consegue enxergar uma saída. Nessa hora, é preciso ser presente e notar que o outro precisa de ajuda.
A campanha Setembro Amarela é uma tentativa de auxiliar essas pessoas que, muitas vezes, no florescer da vida, decidem que não querem mais prosseguir e tiram suas vidas de forma tão precoce e sem um aparente motivo.
Espero que vocês possam ler o livro de Charlotte Gilman com um olhar de amor por aquelas pessoas que passam pelo problema da depressão e que possamos a cada ano, fazer mais por quem, às vezes, precisa apenas de alguém que as ouçam e digam o quanto se importam.
Grande abraço,
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Drica.