1#. Para ler mais e melhor: Um encontro emocionante com a leitura!


Para ler mais e melhor é preciso lançar mão de algumas regrinhas básicas para não perder minutos preciosos da vida e unir prática e prazer num “combo” perfeito que vai rechear o dia do leitor daquilo que ele mais gosta, que é a própria leitura, com a disciplina de um bom esportista, afinal de contas, para que o leitor pratique o seu esporte preferido é preciso fixar metas e descobrir como ele quer aproveitar seu exercício da melhor forma, sem que, necessariamente ele vire um “ET” para as pessoas que convivem com ele.



Eu já estou nessa estrada há um bom tempo e posso dizer que desde criança sempre cultivei o bom hábito da leitura. Meu pai estudou em colégio religioso e chegou a passar uns anos no seminário. Naquela época, as famílias faziam gosto que pelo menos um dos filhos fosse padre, ou médico, ou advogado. Meu pai foi escolhido para ser o padre (rsrsrs), mas não vingou. Em contrapartida, no período em que esteve estudando, acumulou uma vasta estante de livros, dos mais variados gêneros e quando se casou, incorporou esses exemplares maravilhosos na estante de nossa casa.

Eu herdei o hábito de me enfiar nos livros desde cedo. Lembro de uma enciclopédia “antigona”, chamada Medicina e Saúde, capa dura, uma edição de luxo, tinha sobre tudo ali, qualquer tipo de doença, seus sintomas, tratamento, anatomia de animais e humana, coisas superinteressantes para mim, que folheava avidamente tudo o que caía nas minhas pequenas mãos.



Juntamente com essa Enciclopédia de Medicina e Saúde tinha também, a Enciclopédia Conhecer. Livros com encadernação capa dura vermelhos, de luxo, muito pesados e também muito lidos e relidos por mim. Aquilo era um parque de diversões para minha infância sem internet e com televisão regrada, e bons tempos aqueles! Hoje, temos tantas facilidades num clique, mas parece que estamos mais perdidos do que realmente estávamos na época em que eu era criança.

Enfim, além desses dois “dinossauros” das minhas lembranças literárias, eu lembro de duas coleções em especial: dos livros de Jorge Amado, coleção que eu li quase toda e também dos livros da coleção de José Mauro de Vasconcelos, escritor do livro O meu pé de laranja Lima, um dos meus favoritos e que ganhou até uma novela e depois um filme, mais recentemente.

Não era difícil em época de nenhum acesso a smartphones, ipad, computadores, internet, encontrar crianças com seus gibis, lendo nos terraços, nas calçadas e até em conjunto. Não foi diferente para mim. Tínhamos o hábito dos clubinhos de leitura e eram locais onde, mais do que ler, nos conhecíamos, estreitávamos os  laços de amizade e nos divertíamos a valer!

O segredo era um só: o tempo que a gente tinha para gastar e o volume de atividades que não tínhamos, além dos afazeres com a escola e outras atividades no lar. Hoje, isso mudou bastante, acho que já tem gente hoje que pula da barriga da mãe e tem uma agenda cheia de compromissos infundados (credo!!!).
Então, para entrar propriamente na conversa de como ler mais e melhor, é preciso pensar numa regra básica: o “foco”.
Não é possível ter qualidade de leitura se a sua cabeça está pensando em mil coisas ao mesmo tempo e seu cérebro tem que ficar alternando o livro com mais quinhentas atividades. Tem gente que abre o livro e daqui a pouco quando o celular recebe uma notificação, fica parando a leitura para ver suas redes sociais e responder trezentas mensagens no seu whatsapp. Quando você volta ao livro, já nem lembra mais o que estava lendo.
É preciso focar na leitura. Não precisa ler o dia inteiro, mas estabelecer um horário mais favorável e um local tranquilo, com pouco barulho (aonde, meu Deus!!! rsrsrsrs) e confortável (mas, nem tanto para que não se durma de tão sossegado!), para poder ler melhor. De preferência, desligue por esse tempo determinado, o seu celular, ou, se preferir coloque-o no silencioso e longe do seu alcance. Pronto, já criamos o ambiente favorável para alcançar uma das etapas da leitura.
Eu já falei para algumas pessoas aqui, que o meu local favorito para a leitura na minha juventude, em cidade pequena de interior, era a laje da casa aonde até hoje moram os meus pais. Depois do almoço, após organizar a louça e deixar a cozinha arrumada, passava a mão nos meus livros e subia na laje, através de um cajueiro, que até bem pouco tempo atrás, ainda existia. O Zezé do José Mauro de Vasconcelos tinha um pé de laranja lima, porque eu não poderia ter meu próprio cajueiro??? (rsrsrsrs)
Li muita coisa boa naquelas tardes, perdia até a noção do tempo, quando dava por mim, minha mãe estava me chamando para fazer alguma coisa, deixar alguma encomenda na casa de uma tia, ou levar e trazer recado na casa de um parente próximo. Eu me perdia nos livros porque havia um tempo reservado apenas para isso, sem interrupções.
Hoje, está um pouco complicado viver sem interrupções, mas dentro de casa, ou numa biblioteca é possível reservar algumas horas e esquecer a vida lá fora para poder viver a vida nas páginas dos livros que queremos conhecer. Quem nunca fez essa viagem, pode se surpreender, quando conseguir fazer “a conexão” e acordar do lado de dentro do livro, vivendo aquelas aventuras, chorando aquelas dores, sorrindo aqueles sorrisos que não são os seus, mas que parecem ser, porque você conseguiu se conectar com a história. É o foco.
Quem está acostumado a fazer a viagem nas páginas e nas palavras, pode também melhorar sua qualidade de leitura, praticando pequenos exercícios de forma contínua em 4 áreas importantes que devemos ter em mente. Uma delas, já foi mencionada quando falamos sobre “foco” que é a CONCENTRAÇÃO. No próximo post, vamos falar mais sobre essa área e, na sequência, estaremos abordando as outras três: VELOCIDADECOMPREENSÃO E MEMORIZAÇÃO.

Até lá, aguardo vocês!

Drica.

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